Bem-vindo! Já há algum tempo senti de aprender mais sobre as abelhas, como se manifestam, como constroem o que necessitam, como se organizam. Então, este é um espaço para aprender e compatilhar, através da busca de informações e do desenvolvimento da própria observação. Outros temas: harmonia, natureza, plantas, cura, terapias e outras afinidades.

segunda-feira, 29 de março de 2010

A Dança das Abelhas

(pesquisa sobre a abelha Apis mellifera, conhecida como abelha doméstica ou abelha de mel)

A comunicação das abelhas se faz por danças, cheiros e sons.

Danças: Há pelo menos 8 espécies de danças, mas as mais estudadas são a dança circular e a dança remexida.

A dança circular: fonte de néctar ou de pólen a menos de 15 metros, a indicação da distância é supérflua. Quanto mais é vivaz a agitação, mais a colheita é abundante.

A dança em foice: ela é a transição entre a dança circular e a dança do oito. Assinala a fonte de colheita a mais de 15 metros e menos de 60 metros.

A dança em 8 ou dança remexida:
- A direção da fonte de colheita é indicada pelo eixo do oito, a vertical indicando a direção do Sol.
- A distância é indicada pelos remeximentos mais ou menos rápidos e o tempo que coloca a abelha para completar o oito.
- A regurgitação de uma "amostra" de néctar mostra a natureza da fonte de comida.

A dança tremente para diminuir a cadência das campeiras e para mobilizar as abelhas "em reserva" para ajudar as armazenadoras.

Esta dança freia a colheita enquanto que a dança em oito a estimula.

A dança desarrumada: as abelhas que entram na colméia empurram as outras na passagem, isto parece querer dizer que elas possuem uma comunicação a fazer e que elas vão dançar.

A dança com zumbido: a abelha corre sobre os quadros batendo as asas, o que seria para estimular a partida de um enxame.

A dança intermitente: a abelha que entra na colméia regurgita uma parte da colheita fazendo aos mesmo tempo movimentos com o abdômen da esquerda para a direita, isto seja talvez para estimular as abelhas "em alerta" para ir à colheita.

A dança dorso-ventral: a abelha levanta e abaixa o abdômen, a significação desta dança não está ainda estabelecida.

O balanceamento: a abelha que balança de um lado para outro parece pedir limpeza, isto seria um modo de se desvencilhar da varroa como fazem as abelhas asiáticas.


Fonte: site www.apacame.org.br, partes do artigo da revista Mensagem Doce nº 79, em tradução feita pelo Sr. João Sobenko referente matéria publicada na revista L'Abeille de France et l'apiculteur, n. 862 palestra de M. Gerard ARNOLD.

sábado, 20 de março de 2010

Organização Social das Abelhas

(pesquisa sobre a abelha Apis mellifera, conhecida como abelha doméstica ou abelha de mel)
A rainha tem uma duração de vida de 3 a 5 anos: é fecundada por machos no seu vôo nupcial. Esta propriedade de ser fecundada por vários machos tem importantes consequências para a organização interna da colônia.

A rainha tem duas funções principais:

- Por sua postura, ela assegura a perenidade da colônia.
- Por seu cheiro, ela assegura a coesão.

Na sua postura, a rainha inspeciona a célula antes de botar. Se é uma célula de operária , os espermatozóides saem da espermateca para fecundar o óvulo que dará uma fêmea: seja uma rainha ou uma operária.

Se for uma célula de macho, o ovo não receberá espermatozóides, não será fecundado e dará um macho.

Os machos nascem na primavera e no verão, não vivem muito tempo.

As operárias têm durabilidade de vida muito diferente conforme são abelhas da primavera/verão cuja durabilidade de vida é de algumas semanas, ao passo que as abelhas do inverno, que são de uma constituição muito diferente, têm uma durabilidade de vida de vários meses.

Na colônia, existem operárias que são "super irmãs", porque nasceram do mesmo pai, elas possuem 75% de genes em comum, as outras irmãs nascidas de pais diferentes têm somente 25% de genes em comum, o que implica em comportamentos geneticamente diferentes no seio da mesma colônia.

As operárias cumprem todas as tarefas da colônia, exceto a postura que é reservada à rainha.

A divisão do trabalho é feita em função da idade das operárias e do seu desenvolvimento biológico.

Todavia descobertas recentes demonstram que as operárias poderiam se especializar mais particularmente numa função da sua fraternidade.

- A primeira tarefa de uma abelha nascente é de limpar as células ao redor da zona de onde emergiu;
- Os cinco primeiros dias de sua vida a abelha é LIMPADORA;
- Os cinco dias seguintes ela é uma NUTRIZ;
- Para tornar-se em seguida uma ARMAZENADORA;
- Pelo vigésimo dia, quando sua glândula de veneno está bem desenvolvida, ela será eventualmente GUARDIÃ;
- O restante da sua vida ela será CAMPEIRA.

Ao contrário das idéias concebidas, algumas abelhas passam muito tempo em repouso, seriam as abelhas "em reserva de disponibilidade" para intervir rapidamente, seja em defesa, seja em colheita.

Fonte: site www.apacame.org.br, partes do artigo da revista Mensagem Doce nº 79, em tradução feita pelo Sr. João Sobenko referente matéria publicada na revista L'Abeille de France et l'apiculteur, n. 862 palestra de M. Gerard ARNOLD.



imagem: ciencia.hsw.uol.com.br

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ninhos de abelhas brasileiras (indígenas / sem ferrão)


Ninhos de abelhas sem ferrão em praças urbanas




Colônias de abelhas sem ferrão registradas nas praças:
A - Mandaguari amarela; B - Iraí
C - Irapuá; D - Jataí.

...As abelhas sem ferrão constroem seus ninhos em cavidades pré-existentes, como ocos de árvores ou até mesmo cupinzeiros. Utilizam vários tipos de materiais na construção, desde aqueles retirados da natureza como os secretados pelas próprias abelhas.

Algumas espécies têm sido frequentemente registradas em centros urbanos, nesse ambiente as abelhas utilizam cavidades disponibilizadas por construções humanas, assim como algumas árvores de médio a grande porte ali presentes.

Essas abelhas são responsáveis por 40 a 90% da polinização das árvores nativas, variando de acordo com o bioma. No Brasil são conhecidas mais de 400 espécies, algumas já ameaçadas de extinção. O conhecimento sobre as abelhas sem ferrão com ênfase nos locais que elas utilizam para construir seus ninhos é um elemento básico para o desenvolvimento de estratégias para a preservação e manutenção destas espécies...

...Apesar dos ninhos de algumas espécies como Jataí e Iraí serem frequentemente encontrados em construções humanas, a presença de árvores com ocos é um recurso importante para a nidificação das abelhas. O fato de algumas espécies não serem encontradas em ambientes urbanos, está relacionado à falta de locais para a construção de seus ninhos, uma vez que determinadas espécies nidificam exclusivamente em ocos de árvores, limitando a sua ocorrência em ambientes naturais preservados. Em ambiente urbano são poucas árvores que apresentam médio e grande porte, sendo que muitas dessas estão concentradas nas praças das cidades. Esses dados ressaltam a importância da presença de árvores de maior porte para a construção dos ninhos das abelhas sem ferrão.

Os ninhos construídos dentro de ocos possuem uma entrada discreta e são encontrados em locais mais baixos do que quando comparados ao ninho da Irapuá. Essa abelha constrói seu ninho em locais altos tornando difícil o acesso de predadores, apesar de serem facilmente localizados por estarem expostos.

O conhecimento das espécies de plantas para a prática da jardinagem nas cidades é importante para aumentar a oferta de cavidades e ainda a disponibilidade de flores para as abelhas nessas áreas...

Fonte : site www.apacame.org.br, parte do artigo da revista Mensagem Doce nº104 de Nov/2009, de Lívia Cabral de Castro e Fábio Prezoto, Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas - Comportamento e Biologia Animal, Laboratório de Ecologia Comportamental, Universidade Federal de Juiz de Fora

domingo, 7 de março de 2010

No jardim de Ramy Shanaytá: Os benefícios medicinais do mel das abelhas JATAÍ

No jardim de Ramy Shanaytá: Os benefícios medicinais do mel das abelhas JATAÍ

Abelhas Brasileiras (Indígenas)

A diversidade de abelhas no Brasil

Estima-se que no mundo existam mais de 20 mil espécies de abelhas. O Brasil, devido a suas proporções continentais e riqueza de ecossistemas, pode ser considerado privilegiado neste aspecto, pois abriga cerca de ¼ destas espécies (ca. 5000). Contudo, infelizmente, a abelha mais conhecida entre os brasileiros é a abelha européia (Apis mellifera), que na verdade não é nativa do Brasil. Esta espécie foi introduzida no período colonial para fins de apicultura. Atualmente é a espécie mais abundante em nossos ambientes (até mesmo urbanos), fazendo nos esquecer que possuímos uma fauna de abelhas nativa rica e diversa. Só no Estado de São Paulo foram listadas 729 espécies e no Rio Grande do Sul mais de 500 espécies são conhecidas. Segundo levantamentos feitos em diferentes regiões do Brasil, até hoje temos mais de 2 mil espécies de abelhas catalogadas.

Uma ampla diversidade de formas, tamanhos e cores caracteriza a nossa apifauna. Existem espécies com tons verdes, azuis e roxos metálicas, que geralmente são confundidas com moscas varejeiras. Algumas abelhas são bem ornamentadas com listas e manchas pelo corpo, e outras possuem cores lisas ou brilhantes de várias tonalidades entre negro e amarelo. Existem abelhas que chegam a medir mais de 5 centímetros e outras muito pequenas com pouco mais de 2 milímetros, que geralmente também são confundidas com outros grupos de insetos.

Pequena amostra da diversidade de abelhas nativas do Brasil (2x)



De solitário a social

Entre as abelhas existem diferentes modos de vida, denominados graus de sociabilidade. Os dois extremos são: as espécies de vida solitária e aquelas de vida totalmente social (eusociais). Entre estes extremos existem categorias como: subsociais, parasociais, ou quasesociais, que se diferenciam pela presença e domínio de uma rainha.
Algumas espécies solitárias podem construir seus ninhos agregados, o que poderíamos comparar aos nossos "condomínios" onde vários ninhos da mesma espécie estão dispostos no mesmo local. Cada ninho possui a sua "dona" e cada abelha, ou melhor, cada fêmea cuida do seu próprio ninho.

Abelhas altamente sociais -ou eusociais- formam colônias numerosas, perenes e com alto grau de organização interna. No Brasil este é o caso das abelhas sem ferrão -Meliponíneos, popularmente conhecidas como jataí, uruçu, mandaçaia, guaraipo, mirim, etc. Estas espécies são bem conhecidas pelos índios e pessoas que vivem no campo.

Origem do texto : site http://eco.ib.usp.br/beelab/
Em matéria postada por Isabel Alves dos Santos, Depto. Ecologia, Universidade de São Paulo. Parte do Artigo publicado na Revista Ciência Hoje n.179 (jan/2002)